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domingo, 5 de agosto de 2012

E a esperança é a náutica popular!

Quando vejo uma foto destas, fico meio triste e até com inveja da realidade náutica de países desenvolvidos.


Na verdade, nossa realidade náutica é insignificante se comparada a vários países europeus, obviamente guardando as respectivas proporções. Temos um litoral imenso, muitas baías, grandes rios, lagos, lagoas e represas, e quase não temos barcos para navegar. E o mais interessante é que a nossa origem é muito ligada a navegação e ao litoral. Nada disso explica a pouca atividade náutica no Brasil. Eu tenho as minhas próprias desconfianças, a primeira delas, é ligada ao desenvolvimento econômico e a outra é ligada à educação. A construção de barcos no Brasil ainda hoje guarda uma forte conotação artesanal e baixo nível de desenvolvimento, isso explica muita coisa. Mesmo com o crescimento econômico e o desenvolvimento heroico de alguns estaleiros que fazem barcos para esporte e recreio, não houve grandes ganhos tecnológicos na indústria nacional. Falta matéria prima de qualidade, resinas e fibras são na maioria importadas. Até hoje não temos bons motores para embarcações, temos que adaptar motores a preços altíssimos. Um pouquinho de crescimento foi logo acompanhado de acidentes com jet skis e lanchas. Isso mostrou que nem as autoridades e nem as pessoas foram educadas e preparadas para o crescimento do volume de barcos em atividade. O esporte da vela ainda é muito vinculado a uma elite social, isso é explicado pelo altíssimo custo das embarcações e materiais. Um outro fator de subdesenvolvimento da vela é o baixo nível educacional da população, que passa a ter grande dificuldade para praticar o esporte, em função da necessidade de conhecimentos básicos de física, meteorologia, hidrodinâmica entre outros. Não que seja difícil, mas há necessidade de entendimento do funcionamento do barco e interação com a água e o vento. Acredito que encontramos um bom caminho para ir devagarinho mudando esta realidade: a náutica popular. São as canoas, caiaques e pequenos barcos que certamente vão trazer a cultura náutica ao povo brasileiro. São várias iniciativas individuais espalhadas pelo país que aos poucos vão ganhando adeptos e lentamente sendo disseminadas. Assim mantemos acesa a esperança em um futuro mais promissor para a náutica no nosso amado país.

Um comentário:

  1. Concordo integralmente com o que foi dito, acrescentaria apenas a questão de custos, o que de certa forma inibe a popularização da vela.
    Acredito muito em iniciativas de alguns abnegados que procuram materiais alternativos mais baratos, para dar início a evolução do nobre esporte.
    Espero que no futuro, não muito distante, tenhamos mais embarcações singrando nossas águas, quer seja mar, rios, represas, córregos, lagoas.
    Parabenizo sua iniciativa em divulgar este belo esporte.

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